segunda-feira, 30 de maio de 2011

Até produtos orgânicos já contêm transgênicos


Organismos geneticamente modificados (OGMs ou transgênicos) se tornaram ingredientes tão comuns em produtos industrializados que é impossível deixar de encontrá-los nas prateleiras dos supermercados, mesmo na maior rede de produtos orgânicos dos Estados Unidos - a Whole Foods Market. Alimentos orgânicos deveriam ser, por definição, livres de transgênicos. O deslize fez com que a Whole Foods recebesse a visita de ativistas vestidos com macacões de proteção para risco químico. "Ninguém suporia que existem OGMs justo aqui no Whole Foods", disse Alexis Baden-Mayer, diretor político da Associação dos Consumidores Orgânicos, responsável pelo protesto. Os donos da empresa argumentam que é praticamente inevitável a inclusão de produtos que contenham milho, soja ou outras culturas geneticamente modificadas. Críticos dos transgênicos afirmam que o governo americano deveria obrigar empresas a incluir um rótulo informativo em produtos feitos com OGMs, sugestão rechaçada pela indústria. "O FDA (órgão americano de vigilância sanitária) tem o conhecimento científico para estabelecer os critérios para a rotulagem de alimentos e para verificar a segurança dos produtos", afirma Ab Basu, vice-presidente para alimentos e agricultura da Organização das Indústrias de Biotecnologia. "Você pode visitar o site do FDA e verificar se um cereal (transgênico) é substancialmente igual ao produzido convencionalmente. Não há razão para rotulá-lo de uma forma diferente", defende. Livre mercado. "Se as empresas dizem que a engenharia genética não tem problemas, então vamos rotular os produtos e deixar que os consumidores decidam", diz Michael Hansen, cientista do Sindicato dos Consumidores. "é o que todos os defensores do livre mercado dizem. Então vamos deixar o mercado funcionar." Michael Jacobson, diretor executivo do Centro pela Ciência no Interesse Público, que não se opõe a transgênicos, afirma que muitos empresários consideram a rotulagem de transgênicos um passo muito arriscado. "Nenhuma empresa de alimentos utilizaria OGMs se fossem obrigadas a rotular os produtos, pois não traria nenhum lucro", diz. "O termo transgênico se tornou uma palavra tóxica. Por isso, se uma companhia percebe que pode perder cerca de 2% das suas vendas, por que o adotaria?" De fato, uma pesquisa de 2006 da Iniciativa Pew para Comida e Biotecnologia mostrou que só 23% das mulheres (as principais tomadoras de decisão na hora de consumir) consideravam os transgênicos seguros. Por outro lado, a mesma pesquisa mostra que a maior parte dos americanos não sabe o que é um OGM. Só 26% sabiam que, com grande probabilidade, já tinham consumido transgênicos.

Fonte: Estadão

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Carne produzida de forma sustentável é valorizada em evento em Campo Grande


"A carne orgânica produzida no Pantanal brasileiro foi a estrela da noite desta segunda-feira, dia 23 de maio, em Campo Grande (MS"

A ABPO Associação Brasileira de Pecuária Orgânica) realizou uma degustação do produto para celebrar parceria com a região de Abruzzo, na Itália. A degustação envolveu também a tradicional massa italiana e aconteceu no bufê Yotedy.

O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, esteve no evento e anunciou que em breve o Estado estará lançando uma grife de carne certificada, produzida de forma sustentável, no Pantanal. A pecuária tradicional praticada na planície pantaneira é considerada fator de conservação do bioma.

A ABPO é parceira da Embrapa Pantanal em dois projetos: um de pesquisa e outro de comunicação. O primeiro está contribuindo para o processo de certificação de fazendas que praticam a pecuária orgânica no Pantanal. O segundo está buscando divulgar aos brasileiros a prática da pecuária sustentável no Pantanal para valorizar a atividade.

Durante o evento em Campo Grande, o governador, a secretária da Seprotur (Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo), Tereza Cristina Correa da Costa Dias, e o presidente da ABPO, Leonardo de Barros, receberam da Embrapa Pantanal exemplares de um bloco de anotações do projeto “Construção da Imagem da Pecuária Sustentável do Pantanal”, que está sendo entregue a jornalistas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O bloco contém informações sobre a pecuária tradicional pantaneira e receitas culinárias com carne, cedidas pela Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), também parceira da Embrapa Pantanal.

Na primeira semana de maio, sugestões de pautas sobre pesquisas desenvolvidas no Pantanal, especialmente sobre a pecuária sustentável, foram apresentadas pessoalmente a jornalistas das revistas Época, Veja, IstoÉ Dinheiro, Dinheiro Rural, Carta Capital, Globo Rural, Galileu, dos jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Valor Econômico, das emissoras de TV Band e Record, e dos portais Terra, UOL e R7. Essas redações também receberam exemplares dos blocos de anotações.

SUSTENTABILIDADE

Praticada há 274 anos no Pantanal, a pecuária extensiva dispensa o uso de agrotóxicos. Não há necessidade de desmatamento para plantio de pasto. Os animais se alimentam de vegetação nativa. Pesquisa publicada no ano passado e realizada por cinco ONGs (Organizações não-governamentais), com apoio técnico da Embrapa Pantanal, indica que quase 87% da vegetação nativa da planície pantaneira está conservada.

Nos últimos oito anos, a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento desenvolveu uma pesquisa que culminou em indicadores ambientais, econômicos e sociais para determinar se uma fazenda pantaneira é sustentável ou não e o que falta para que atinja melhores índices de sustentabilidade. Esses indicadores estão em fase de validação e em breve poderão ser aplicados em propriedades do Pantanal.

Fonte:Embrapa Pantanal
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segunda-feira, 23 de maio de 2011

ABPO: comemora acordo para exportação da Carne orgânica do Pantanal para a Itália



A Associação Brasileira de Produtores Orgânicos (ABPO Pantanal Orgânico), em parceria com o WWF-Brasil e Movimento Slow Food, realizam hoje segunda (23/05), no restaurante Yotedy, em Campo Grande/MS, um jantar para celebrar o acordo firmado com parceiros italianos que viabilizará a exportação da carne orgânica produzida no Pantanal para aquele mercado.

O evento tem apoio do Sebrae, Embrapa Pantanal, frigorífico JBS Friboi, Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Superintendência Federal de Agricultura, Sindicato Rural de Campo Grande e Real H - Nutrição e Saúde Animal.

Participam o governador André Puccinelli, a secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa, o superintendente de Conservação do WWF-Brasil, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, parceiros comerciais italianos, empresários do setor produtivo e varejista, representantes do poder público, produtores rurais de Mato Grosso do Sul e representantes do terceiro setor.

"Esse evento será o coroamento de uma parceria comercial que se concretizou com o apoio do WWF e Slow Food. E isso é resultado de um conjunto de atividades voltadas para a divulgação da economia de Mato Grosso do Sul, apoiado pelo governo estadual", explica o presidente da ABPO, Leonardo Leite de Barros.

No dia seguinte, a comitiva italiana segue para o Pantanal, onde visitará fazendas associadas à ABPO e conhecerá a criação do boi orgânico.

"A criação de gado orgânico no Pantanal é um exemplo claro de que pensando e ajustando onde e como produzir muitas atividades podem se tornar mais sustentáveis, gerando empregos e renda e ajudando na manutenção da biodiversidade e dos serviços ambientais, algo imprescindível para a longevidade da própria produção", ressaltou Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, do WWF-Brasil.

Em março deste ano, a ABPO realizou uma apresentação da carne orgânica do Pantanal a um público especializado dos setores de alimentos e varejo na cidade de Mosciano Sant'Angelo, na região de Abruzzo, na Itália. O evento contou com a presença de autoridades locais, representantes do WWF-Itália, WWF-Brasil e Slow Food.

Antes, em fevereiro, representantes da ABPO e do WWF-Brasil estiveram na feira mundial de orgânicos de Nuremberg (Alemanha), onde expuseram o modelo de produção orgânica e destacaram a convivência da atividade econômica com o meio ambiente e cultura pantaneira.

Fonte: Iagro

domingo, 22 de maio de 2011

Santa Catarina receberá Semana de Alimentação Orgânica na Assembleia Legislativa


"Evento ocorre em todo o país, de 31 de maio a 5 de junho"


A definição do local onde irá ocorrer a Semana Nacional de Alimentação Orgânica, de 31 de maio a 5 de junho próximos, foi durante reunião conjunta entre as comissões de Agricultura e Política Rural e Turismo e Meio Ambiente, presididas, respectivamente, pelos deputados Aldo Schneider (PMDB) e Neodi Saretta (PT) nessa semana no debate sobre a alimentação orgânica.

O evento, que contou com representantes da Epagri, Conab e lideranças municipais, culminou com o lançamento da Semana Nacional de Alimentação Orgânica e a realização de uma audiência pública na Assembléia para discutir os entraves na produção em Santa Catarina.

Promovida pelo Ministério da Agricultura, a Semana Nacional de Alimentação Orgânica ocorre em todo o país, com o objetivo de esclarecer a população sobre a importância da alimentação com produtos orgânicos e o desenvolvimento de ações voltadas à promoção da produção de alimentos naturais e livres de agrotóxicos.

Em Santa Catarina, o evento terá sua abertura no dia 31, com café da manhã no hall do Palácio Barriga Verde, das 8 às 10 horas, com degustação de produtos orgânicos produzidos no estado. Segundo o economista e pesquisador da Epagri, Paulo Zoldan, em Santa Catarina a produção orgânica ainda é pouco desenvolvida, mas, pelas suas peculiaridades, o estado é um dos que mais teria a ganhar com o desenvolvimento da atividade.

– Em Santa Catarina temos, majoritariamente, pequenos agricultores, que não podem produzir em grandes quantidades e buscam alternativas de renda. Ao mesmo tempo, estamos perto de grandes centros de consumo. Tudo isso nos favorece – disse.

O vice-presidente da Câmara Italiana de Comércio e Indústria, Mauro Beal, acrescentou que a demanda por produtos orgânicos está em alta no exterior e que o estado não deve perder a oportunidade de conquistar os novos mercados que estão se abrindo.

– Podemos ganhar muito em termos de sustentabilidade e agregação de valor, criando até mesmo um novo perfil para a produção agroindustrial catarinense, servindo de referência para o Brasil – ressaltou.

Na condição de representante da Conab, Dionísio Back, afirmou, entretanto, que o incremento da produção catarinense ainda encontra alguns entraves, como a falta de incentivo por parte do governo e de divulgação. Back pediu aos parlamentares membros das duas comissões a instituição de políticas públicas voltadas ao segmento. Entre as reivindicações levantadas estão o aumento de recursos destinados à pesquisa e a instituição de uma política de tributação diferenciada aos produtores.

Os deputados Aldo Schneider e Neodi Saretta afirmaram que as Comissões seguirão alinhadas no detalhamento das medidas necessárias ao fomento da atividade no estado. Os encaminhamentos devem ser dados com a audiência pública já marcada para discutir o tema.

Participaram também da reunião os deputados José Milton Scheffer (PP), Jorge Teixeira (DEM), José Nei Ascari (DEM), Altair Guidi (PPS) e Edison Andrino (PMDB), o representante da Comissão de Agricultura Orgânica da Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca, Paulo Tagliari, e a vereadora de Ibirama, Iracema Duwe.


Fonte: Canal Rural

terça-feira, 17 de maio de 2011

Soja Livre fortalece oferta de soja convencional em MT



"A Embrapa, a Aprosoja e a Abrange, por meio do Programa Soja Livre, apresentaram os resultados de campo da safra 2010/2011, onde foram demonstradas 17 opções de soja convencional, com alta produtividade, boa sanidade e adaptadas às condições do estado do Mato Grosso."


“Com o programa Soja Livre, a Embrapa e seus parceiros ampliam a oferta de sementes e asseguram o direito de escolha do produtor rural, ao mesmo tempo em que atendem às demandas da sociedade e do mercado internacional”, enfatiza o presidente da Embrapa, Pedro Arraes.

O resultado de produtividade das cultivares convencionais da Embrapa e seus parceiros, com diferentes ciclos de maturação, e semeadas em diferentes municípios de Mato Grosso (ver tabela abaixo). Segundo o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, “os resultados reforçam as excelentes opções de semente convencional que os produtores de soja têm em Mato Grosso”.

O programa Soja Livre foi criado para ampliar a oferta de soja convencional para que o produtor tenha alto desempenho, além de agregar maior valor à produção. “Isso porque os principais importadores de soja da Europa e da Ásia pagam prêmios pela soja convencional, de forma a assegurar que o produto não seja transgênico”, explica o diretor técnico da Abrange, Ivan Paghi.

As diferentes opções de variedades de soja convencional foram apresentadas em 19 dias de campo realizados em Mato Grosso para cerca de 2 mil produtores. De acordo com cálculos elaborados pela Abrange, com base em dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (IMEA), o custo médio de produção da soja convencional da última safra foi de R$ 366,07 por hectare, desembolso 14,68% inferior aos R$ 429,06 da soja transgênica.

Os itens avaliados para este cálculo referem-se aos custos de sementes, pagamento de taxa tecnológica (no caso das sementes transgênicas), e aquisição e aplicação de agrotóxicos. O custo adicional da soja transgênica, de R$ 63,00 por hectare, equivale a 1,5 saca de soja por hectare, tomando-se como base o preço da soja em maio estimado em R$ 42,00 / saca.

Realizado pela Embrapa, Aprosoja e Abrange, o Programa Soja Livre contou com o apoio de 14 parceiros: as fundações de pesquisa – Triângulo, Cerrados, Bahia, Centro Tecnológico para Pesquisas Agripecuárias (CTPA), Rio Verde, as empresas Amaggi, Caramuru, Imcopa, Agrodinâmica, Agrolab, Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso (Aprosmat).

Fonte:Aprosoja
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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Húmus líquido é a mais nova alternativa para adubação de hortaliças


A Embrapa Clima Temperado, juntamente com outras Unidades do Sul do Brasil, participa da Expointer 2010 e apresenta na Casa da Embrapa, as últimas novidades em ciência e tecnologia para o setor agropecuário, apresentados por meio de impressos, audiovisuais e degustações que ocorrem ao longo da feira. Dentre os produtos desenvolvidos pela pesquisa, destaca-se o húmus líquido, que está sendo apresentado ao público nessa edição do evento, em Esteio.


Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Gustavo Schiedeck, a utilização de fertilizantes orgânicos alternativos com alto valor nutricional e biológico é uma das principais demandas dos horticultores que optam por uma produção de base ecológica. Ele destaca que a aplicação do húmus de minhoca é complexa em adubações de pós-plantio nos cultivos com cobertura morta, podendo se tornar um agente disseminador de sementes de plantas espontâneas, especialmente quando o esterco é proveniente de diferentes áreas.

Devido a este aspecto, Gustavo defende a aplicação do húmus líquido na adubação orgânica aplicada em hortaliças. Este novo fertilizante é composto principalmente por húmus de minhoca, porém seu diferencial é a adição de água em sua composição. “Para cada 100 litros de húmus líquido, em concentração aproximada de 10% na relação entre sua massa e seu volume, é necessária a utilização de 20 kg de húmus sólido adicionados à água preferencialmente sem cloro”, salientou Schiedeck.

Preparada a mistura, o húmus líquido deve ser agitado durante dois ou três dias, pelo menos uma vez a cada 24 horas, para que os nutrientes possam ser liberados para a água. Após este período, o fertilizante deve ser deixado em repouso para que as partículas sólidas que ainda possam estar presentes em sua constituição se dirijam ao fundo do recipiente. A próxima etapa do processo é a filtragem das partículas mais finas que ainda possam ser encontradas em suspensão.

A filtragem pode ser realizada tanto com filtros de areia como com filtros de discos. Quando a escala de húmus líquido não for elevada, pode-se realizar uma filtragem simples, utilizando um recipiente coberto no fundo com uma tela ou tecido de seda que retenha as partículas em suspensão, incluindo sementes que possam entupir os gotejadores das hortas.

Segundo o pesquisador, o húmus líquido pode ser aplicado em hortaliças via sistema de irrigação através do Tuboventure, equipamento que mistura o fertilizante à água que será destinada à irrigação das plantas. Durante este processo, a entrada de água nos canos de irrigação é desviada até o Tuboventure, onde o húmus líquido será automaticamente misturado à água para posteriormente ser aplicado nas hortas através dos gotejadores. Schiedeck ressalta que nas hortas de morango da Embrapa Clima Temperado é utilizado 1 l/m2 de húmus líquido a cada quinzena, sendo colhido, em média, 1 kg de frutas em áreas onde há a aplicação do fertilizante.

Outro aspecto favorável à utilização do húmus líquido é a reutilização do material obtido após a filtragem de suas partículas finas em outras adubações, pois, mesmo contendo menos nutrientes do que o material original, sua eficácia como fertilizante ainda é significativa.


Fonte: Christiane Rodrigues Congro – Mtb-SC 00825/9
Colaboração: Carlos Salvador (estagiário)
Embrapa Clima Temperado
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segunda-feira, 9 de maio de 2011

III SINTAGRO de 05 a 07/10/2011



Rio Preto colocará em foco o agronegócio nacional, principal setor integrante da pauta de exportações e gerador de riquezas do País.
Dentre os relevantes objetivos a serem alcançados, o evento buscará discutir importantes temas do agronegócio brasileiro, dando especial atenção às perspectivas do cenário produtivo nacional, à certificação e às finanças das agroempresas, como também, em nível internacional, aos desafios e às tendências da produção agropecuária no continente americano.

Com a temática A busca da excelência no agronegócio brasileiro via certificação e gestão financeira das agroempresas, o simpósio abordará a fronteira tecnológica que o agronegócio, assim como outros importantes setores da economia, deverá enfrentar nesta segunda década da chamada era da tecnologia, que são a certificação como principal ferramenta de garantia da qualidade e o controle acurado dos recursos financeiros das agroempresas.
Buscando confrontar esses paradigmas tecnológicos, o evento contará com a presença de especialistas dos quatro principais países produtores de alimentos, fibras e energia do continente, sendo dois da América do Norte (Estados Unidos e México) e dois da América do Sul (Argentina e Brasil), o que trará notoriedade internacional ao evento.
Pretende-se, ao final, que o III Sintagro incentive a integração dos setores produtivos com os desenvolvedores de conhecimento tecnológico e científico, visando ao desenvolvimento sustentável desse setor fundamental da economia.

Fonte: www.fatecriopreto.edu.br

Grãos orgânicos são alternativa para alimentar criação



Obter milho e soja convencionais, ou seja, não-transgênicos, é um dos principais gargalos para avicultores e suinocultores que pretendem adotar o sistema orgânico de criação em suas propriedades. “É um gargalo gigantesco”, diz o gerente industrial Luiz Carlos Demattê Filho, da Korin, de Ipeúna (SP), a principal agroindústria produtora de frango orgânico do País.

Além de convencional, a semente tem de ser cultivada de maneira orgânica, de modo, ainda, a evitar a temida “contaminação cruzada”, ou seja, o pólen de milho transgênico de alguma maneira alcançar o convencional e daí surgirem espigas transgênicas em plena lavoura convencional.


A necessidade de isolar lavouras por parte do produtor orgânico será crescente, pelo menos nos próximos anos. Basta ver o avanço das lavouras de milho transgênico desde 2008, ano da aprovação do uso da tecnologia no País.


Conforme estudo da consultoria Céleres, a pedido da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), “na safra 2009/2010, analisada nos estudos, 32,5% da produção brasileira de milho utilizou variedades transgênicas. Um ano depois – e três anos após a chegada do milho GM às lavouras – esse índice já era de 57%, chegando a 75% na safrinha de inverno. Como comparação, segundo Anderson Galvão, da Céleres, a soja GM, cujo plantio no Brasil foi aprovado na safra 2005/2006 (mas que ilegalmente já era plantada em solo brasileiro desde o início dos anos 2000), demorou nove anos para atingir os mesmos 57% do plantio total brasileiro de soja.”


Neste mesmo estudo, porém, a bióloga Paula Carneiro prevê que, “nos próximos dez anos, a adoção da biotecnologia na cultura do milho possibilitará uma redução da área semeada com esse cereal de 49,5 milhões de hectares”, dado o grande aumento de produtividade resultante das lavouras transgênicas. Entretanto, enquanto essa redução de área plantada não ocorre, os produtores orgânicos do cereal preocupam-se em isolar suas áreas.


No Sudeste, segundo Demattê, o problema ainda não é tão grave. “Produtores de milho orgânico não cultivam grandes extensões, daí a maior facilidade de instalar a cultura em áreas onde não haja por perto lavouras de milho convencional, o que aumentaria o risco de contaminação cruzada”, diz. No Sul, porém, justamente onde o milho mais avançou, com 1,5 milhão de hectares plantados, e há maior tradição em cultivos orgânicos, talvez seja mais complicado fazer a separação entre lavouras com grãos convencionais cultivados organicamente e lavouras transgênicas.


Demattê ressalta outro ponto que já foi discutido na Câmara Setorial de Agricultura Orgânica, abrigada no Ministério da Agricultura: “Estamos questionando as normas que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) estipulou para isolar áreas de grãos convencionais dos transgênicos, porque acreditamos que não sejam suficientes para realmente proteger os cultivos orgânicos”, diz. “Já encaminhamos algumas demandas ao Ministério da Agricultura para tentar rever esses critérios de isolamento de lavouras.”


O que ele acha mais problemático é a obrigatoriedade de manter um “cinturão” de 20 metros de largura em volta de lavouras convencionais. “Este cinturão ou bordadura deve ter milho convencional que não poderá, porém, ser colhido como orgânico, dado o risco de cruzamento com variedades transgênicas”, diz ele, explicando que para o produtor orgânico isso significa prejuízo. “Só que nós entendemos é que quem planta milho transgênico deve ser obrigado a fazer esta bordadura, este cinturão com plantas convencionais, e não os produtores orgânicos”, continua. “A lei, atualmente, não define quem deve fazer, mas é claro que os orgânicos acabam fazendo, para evitar o risco de contaminação transgênica em suas lavouras”, conclui.


A Korin, que mantém seus frangos orgânicos em Ipeúna (SP), acaba de agregar mais dois criadores de frango orgânico, que fornecerão a ave à Korin, na forma de integração. “Eram avicultores que já trabalhavam conosco, criando o frango natural, sem antibióticos ou promotores de crescimento”, explica Demattê. A empresa mantém uma lavoura de 3 a 5 hectares de milho orgânico, para abastecimento próprio, mas também depende do fornecimento de terceiros.


Embora a dificuldade de obter o cereal o ano todo requeira grande planejamento logístico, a empresa vem registrando crescimento na produção da ave orgânica. “Desde que começamos, em 2008, já aumentamos a produção em 40%”, diz Demattê, sem porém revelar o número efetivo de aves abatidas/ano.


Fonte: Estadão 09/05/2011 06h23

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pesquisador da USP apresenta dados sobre aumento de produtividade com tomate sem agrotóxicos


Experiência realizada em plantações de tomate num assentamento rural de São Paulo mostra que a preservação de Mata Atlântica diminui os custos da produção e reduz a incidência de pragas na cultura. Nos experimentos, a porção de mata conservada agiu como um regulador de pragas e, segundo o engenheiro agrônomo Fábio Leonardo Tomas, os custos de produção foram reduzidos em até 84%.

Tomas é autor da dissertação de mestrado A influência da biodiversidade florestal na ocorrência de insetos-praga e doenças em cultivos de tomate no município de Apiaí-SP, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP.

“Isso é uma abordagem agroecológica e sustentável que respeita e se alia à floresta, trazendo benefícios econômicos e sociais para os agricultores”, comenta Fábio Leonardo, pesquisador que desenvolveu o estudo sob a orientação dos professores Fabio Poggiani e Paulo Yoshio Kageyama, ambos da Esalq-USP.

O modelo adotado nos módulos experimentais de Tomas baseiam-se no experimento que seu orientador Kageyama utilizou para o plantio de seringueiras no Acre, denominado Ilhas de Alta Produtividade. “O mesmo princípio das Ilhas de Alta Produtividade foi utilizado no projeto para tomate. Acreditamos que este método também seja válido para outras culturas. Porém mais testes e experimentos devem ser feitos para confirmar isto em campo”, afirma Tomas.

Durante os dois anos de estudo, foram entrevistados cinco proprietários de cultivos convencionais de 15 mil pés em média. Cada fazenda possui um trabalhador para cada cinco mil pés cultivados, ou seja, possui ao menos três funcionários efetivos, além dos diaristas. A pesquisa indicou algo alarmante: em cada roçado ao menos três funcionários relataram eventos de intoxicação por elementos tóxicos.

Os agrotóxicos também são responsáveis pelo encarecimento do tomate que é comercializado. “Enquanto em um cultivo tradicional um pé de tomate custa cerca de R$5,00, um pé de tomate de uma plantação experimental custou apenas R$0,80”, cita Tomas. “Além disso, o mercado para produtos orgânicos, ou seja, sem agrotóxicos, é mais valorizado do que o mercado tradicional e gera mais lucro para o agricultor” completa.


Fonte: USP
www.planetaorganico.com.br